Todos os artigos de coimbracanal

I Gala do Desporto do Município de Condeixa

O Coimbra Canal transmitiu em direto a I Gala do Desporto do Município de Condeixa realizada no Cine-teatro de Condeixa no passado dia 14 de Março de 2015.

Eis as categorias onde foram destacados os melhores desportistas de Condeixa:
– Atleta masculino do ano
– Atleta feminina do ano
– Atleta revelação masculina do ano
– Atleta revelação feminina do ano
– Treinador do ano
– Dirigente do ano
– Equipa do ano
– Associação do ano
– Prémio Homenagem Município de Condeixa

Contou ainda com a participação de André Varandas, Juliana Linharelhos (vencedora da I edição de “A Voz de Condeixa”) e Sara Ribeiro (ex-concorrente do Factor X da SIC).

Apresentação esteve a cargo de Filipa Mendes (Sporting TV) e Tiago Almeida (Sporting TV).

Português Lusófono de uma Nação-Navio

Sansão Coelho em 10.março.2015

Este nosso Povo Português considerado por Fernando Pessoa navio nação, conceito mudado para nação-navio (pelo notável ensaísta, natural da Guarda, Eduardo Lourenço), a percorrer os mares do mundo, pioneiro das Globalizações, é aquele mesmo povo que peregrinou com o montemorense Fernão Mendes Pinto pelos exotismos da China e do Japão. Somos descendentes do povo que espalhou e perfumou com as suas marcas identitárias e com a língua portuguesa territórios tão distantes como Brasil e Timor-Leste, São Tomé ou Moçambique. Ou a nossa irmã Angola, país cada vez mais próximo, onde há ruas na sua capital de São Paulo de Assunção de Luanda a fazerem lembrar calçadas da baixinha de Coimbra ou o alfacinha Bairro Alto.

Quando escuto um Fado de Coimbra mais nostálgico (há alguns bem
ritmados e alegres) sinto cantar naquele jeito singular e coleante o angolano Elias dia Kimuezu sob os coqueiros do Mussulo ou no Bairro Operário; ou meu amigo e cantor Mário Gama barítono emocionante impregnado de religiosidade e de branco vestido, qual sacerdote de boa vontade; ou pressinto uma rebita na Ilha de Luanda; e sinto-me envolto no primitivo, melancólico e choroso lundum e nas sonoridades da modinha como um exercício flutuante de afetos e interação. Quanto mais se definem as marcas da
Identidade de uma nova Angola, de um afirmado Timor ou de um empreendedor e solidário Brasil mais cresce no mundo o espaço para o Galo de Barcelos, para o Bacalhau, para a Sardinha Assada a pingar na broa, para o golo mágico de Cristiano Ronaldo, para os tapetes de Arraiolos e de Almalaguês, para as Colchas de Castelo Branco, os lenços dos Namorados de “Viana”, a Chanfana, o pastel de Tentúgal, esse manjar conventual tão ao gosto de António Nobre ou, mais recentemente, de José Saramago que nos devolveu orgulho e um Prémio Nobel. Na sua penúltima ida ao concelho de Montemor-o-Velho o escritor José Saramago teve conhecimento de que os sinos do Mosteiro de Tentúgal tinham de ser reparados. De forma discreta, e só mais tarde tivemos conhecimento do facto, o nosso Nobel da Literatura passou um cheque de valor significativo para comparticipar na reparação. Saramago, o quase ateu que, afinal, tanto entendia de Deus e NO-LO trouxe de forma clara e lúcida, em textos brilhantes que apetece reler.

Somos um povo-contraste e de contrastes. Mas somos, provavelmente, um povo que reflete as vivências comuns que tivemos, intramuros (mas que muros, os da alva serrania da Estrela?) ou em distantes paragens já então sobrevestidos de Viriatos invencíveis ou melhor: só vencidos à má-fé.
Sou português e europeu (mas cada vez mais português lusófono) a preto e branco, coração prenhe de cores vermelho e verde, a gritar pela Pátria e pelo seu Progresso, pela nossa História feita de tolerância e de enormes capacidades escondidas, registadas, contudo, no luso ADN.

Em cada um de nós há um cheiro a maresia e a mar, a viagem e a traineira, a possível e impossível, a Deus e a Diabo, a Tudo e Nada, mas com a certeza de que poucos povos houve como o nosso a dar-se ao Outro num exercício futurista de definição de Novas Sociabilidades. Talvez isto nos faça perceber porque é que somos tão ligados aos povos que colonizámos a quem chamamos de irmãos, e amamos mais do que em qualquer das melhores fraternidades.
Sou português, angolano, moçambicano, brasileiro, lusófono militante, tenho a pátria na Língua Portuguesa e o coração nesse tal Navio que se chama Sôdade, Saudade, Futuro, Coabitação
sob a capa linda e maravilhosa da Lusofonia.

E o Coimbra Canal assume as suas responsabilidades em ser, de Coimbra para o mundo, um forte Farol de Lusofonia. Só assim reconheceremos a nossa identidade de hoje e do futuro.
Para sempre.

Em breve daremos pormenores do que pode ver, ler e escutar no Coimbra Canal para sentir o calor da Lusofonia emitido “em direto” da Chama da Pátria: Coimbra.

 

Interatividade: sansão coelho@coimbracanal.com

A coisa aqui está preta como sempre

Sansão Coelho em 6.março.2015

Isto da ACADÉMICA/OAF não anda favorável a tiradas humorísticas, mas há sempre alguém que diz não, há sempre alguém que resiste à vil hipótese da tristeza da descida. Leiam, por favor, esta “oração” que foi enviada para o Coimbra Canal, a qual, não sendo a canção Oração com que António Calvário ganhou o primeiro Festival RTP da Canção (amanhã, celebra mais uma edição ao ser escolhida, à noite, a canção para Viena de Áustria) tem subjacente um tom de quem nos quer … dar música. Eis o seu teor que reproduzimos com a vénia devida:

“Oração” A São José Viterbo do Calhabé

Acreditai, Amado Viterbo, ser ainda possível a nossa salvação das penas imundas da Segunda Liga. Nós te glorificamos e pedimos uma vitória no próximo domingo contra os Cónegas de Moreira e que mantenhas afastados os pontas de lança opositores da nossa área e que estes só rematem de longe e torto. Acreditamos no teu academismo e bem-fazer futebolístico e rogamos para que não soframos mais até final da época a angústia da derrota ou mesmo dos empates em casa. Perdemos logo de início, na primeira eliminatória, a nossa Taça de Portugal de Todos os Sonhos, mas fazei, Amado Viterbo, que depois de termos perdido também a Taça da Liga e nunca termos conseguido ganhar em casa para o Campeonato, que aconteça, agora e na hora da nossa ansiedade, o Milagre da Multiplicação dos Pontos para mantermos o estatuto que nos dá Brio. Nós te rogamos ainda a capacidade de treinares os nossos jogadores com a tua mestria e alta classe e ainda com a cagança desse excelso academismo que é uma coisa do caraças que não se consegue explicar, mas que se sente muito cá dentro. E como sabeis nós já não pedimos uma ida à Europa, nem à Europa dos Pequenitos que também se foi daqui, mas pedimos, com esperança e alento, que o Marinho se glorifique em golos e que as balizas dos adversários possam ir ao encontro das bolas rematadas pelos nossos atletas.
Fazei, Viterbo, com que o milagre aconteça já neste domingo por obra e graça dos nossos jogadores. Nós te seguiremos, Briosa – tal como a aniversariante Mancha Negra – para o céu se lá fores jogar; e por ti morreremos de amores de forma sempiterna que é para entrarmos à borla… e de capelo.
Assim seja sempre.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

Parabéns à minha Alma Mater

Pedir Prémios Nobel à Universidade de Coimbra
Sansão Coelho em 3.março.2015

A Universidade de Coimbra está aniversariante e comemora com festa e júbilo a efeméride (725 anos).  O Magnífico reitor foi empossado para mais um reitorado e em boa hora isto acontece porque fez bom trabalho nos últimos anos e tem o apoio de uma equipa de vice-reitores de grande eficácia. O Professor Doutor João Gabriel Silva é a certeza de que a nossa Universidade vai crescer em qualidade (caso concreto da Investigação) e na quantidade (algumas instalações precisam de ser construídas de raiz e outras renovadas e/ou ampliadas).
Coimbra teve fases em que viveu muito à sombra da sua Universidade  e temos de o admitir com clareza. Coimbra é uma cidade de prestígio por causa de ter a Universidade que tem, mais do que sete vezes centenária e reconhecida cientificamente pelos pares: e isto não se discute perante algo tão evidente. Atualmente a cidade de Coimbra é uma grande cidade com vida e dinâmica próprias e que tem dentro uma das mais prestigiadas universidades do mundo com sociabilidades académicas muito singulares: as suas tradições e o canto, por exemplo, são reconhecidos em vários “recantos” do mundo. Muitas das suas investigações são notícia, de forma emérita, a nível mundial.

E isto chega? Não! Precisamos de mais. A Universidade de Coimbra tem uma missão fundamental na descoberta e estudo do tratamento
de várias doenças; a Saúde tem um lugar preponderante e o tal reconhecimento universal pautado pela exigência e certificação científica. Queremos mais? Claro que queremos. É fundamental dar as melhores condições a quem faz investigação em todas as áreas e, de forma muito especial, na saúde. Da Universidade de Coimbra têm de sair Prémios Nobel. A cura do cancro tem de ser conseguida em Coimbra pelos especialistas. O aparentemente impossível tem de ser conseguido em Coimbra dentro da sua Escola Superior. Não se pede a utopia. Apenas que se juntem vontades e condições para
justificadamente a Excelência estar dentro da nossa Alma Mater.

Da Sociologia à Economia; das Ciências do Desporto ao Jornalismo; da Medicina à Farmácia; da Química às Engenharias; das Relações Públicas ao Turismo. Para além de Saramago na Literatura (sem ligação efetiva a Coimbra), o outro Nobel Português (Doutor António Egas Moniz, médico) foi docente da Universidade de Coimbra na área da Saúde embora por pouco tempo porque foi para Lisboa com cátedra efetiva. É isto que estamos a pedir a Coimbra e à sua Universidade em Tempo de Festa: queremos Prémios Nobel em diversas áreas.

E sabemos que este pedido não é tão fácil como pedir, por exemplo… a permanência do futebol da Associação Académica/OAF na Primeira Liga. A competição na Ciência é muito, muito dura…

Um F. R. A. pela Universidade de Coimbra e por todos aqueles que a corporizam.

interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

Turismo do Centro com nota máxima: 20 valores

por Sansão Coelho

Até ao próximo dia 1 (domingo) está aberta a BTL 2015, Feira Internacional de Turismo, no Parque das Nações, em Lisboa. Começou no passado dia 25. Os dias podem ser poucos, mas são os suficientes para mostrar aos cerca de setenta mil visitantes esperados que Portugal está turisticamente mais apetecível. E estamos a crescer nesta área. O Turismo Centro de Portugal voltou a fazer o seu melhor e está em grande nesta edição. Desejo dar um abraço enorme ao Dr. Pedro Machado para o distribuir por todos aqueles que durante estes dias dão o melhor de si para venderem, o melhor possível, esta zona excelente e multifacetada que é o território da nossa Zona Centro.

Dizia-me há dias o nosso Rijo Madeira “Pai” numa conversa de planeamento do COIMBRA CANAL:

“Sansão, o turismo da nossa Região está imparável e a ter cada vez mais procura, temos de estar atentos…”.

A minha anuência foi total e o que me espanta é não haver mais investimento por parte dos nossos empresários porque o Centro está com muita força e muita procura.

Agora, num pulo, vamos à Pampilhosa da Serra quando há poucos anos ir aquela zona implicava uma preparação quase maior do que ir …sei lá aonde?!!! (que me desculpem os pampilhosenses, mas aquelas não sei quantas curvas e contracurvas na estrada antiga não deixavam aguentar o repasto cá dentro à maioria das pessoas). Agora? Agora é uma estrada fantástica com um piso quase sedoso que nos leva em pouco tempo e em velocidade moderada a uma paisagem deslumbrante e a um concelho que conseguiu virar-se do avesso e deixou aquele aspeto fora de moda para se evidenciar moderno, acolhedor e com muito para oferecer. Esta noite, por exemplo, há teatro no auditório municipal da Pampilhosa da Serra. Há cultura. Há desporto. Há convívios.

11377699
Spa do Villa Pampilhosa Hotel, Pampilhosa da Serra



Desculpem-me uma vez mais: ainda sou do tempo de ter subido as escadas do município e enfiei um pé pelo buraco dessas escadas então em madeira presumo que carunchosa; e de assistir, a prestarem assistência, a pessoas que vinham em padiola por “carreiros” porque os automóveis não iam a certos locais. Hoje… Felizmente… Pampilhosa da Serra está linda, fascinante, moderna, airosa e tem um hotel o qual ainda não visitei, mas dizem-me ser espantoso com spa, piscinas, uma gastronomia ótima, o Villa Pampilhosa Hotel do qual só oiço elogios.

Que mudanças! A antiga terra de cesteiros continua a sê-lo com honra, mas teve o condão de ser um concelho que progrediu com o esforço das suas gentes e com apoios comunitários e impulso turístico e até é cosmopolita; continua com o seu artesanato singular das toalhas e colchas de linho, mas também com peças decorativas trabalhadas em madeira e torga. Uma das facetas que aprecio no cantor Tony Carreira é pegar na sua popularidade e, com uma humildade virtuosa, preparara-se para estar, amanhã, sábado, no stand do município da sua terra, a Pampilhosa, na BTL em Lisboa, a “vendê-la”. Fica-lhe bem. Precisamos destes gestos de portugalidade…e marketing. Merece aplausos este cantor internacional e natural do alto distrito de Coimbra, deste concelho da Pampilhosa.

087
Exterior e piscina do Hotel Santa Margarida, Oleiros

Mas descendo a sul encontramos, por exemplo, Oleiros, que está linda, linda, linda. E também inaugurou uma unidade hoteleira moderna e de muita qualidade que encanta os olhos. Ali, quase junto à ponte, fica o Hotel Santa Margarida com uma arquitectura contemporânea que se insere, muito bem, naquela luxuriante paisagem. Depois de percorrer algumas aldeias de Xisto entrar neste hotel é…ouro sobre azul…ou como agora é moda dizer: “é a cereja no topo do bolo”.

A Região Centro está numa forma turística que se aplaude. Boa promoção. Interatividade. Propostas que vão do turismo termal ao cultural ao religioso… Fico por aqui porque o Turismo do Centro é um mundo multifacetado e de excelência.

Uma pergunta irónica: Já está a funcionar, para voos civis, o Aeroporto de Monte Real?Quando se cresce, turisticamente, uma pequena ajuda como esta dava jeito para crescer ainda mais…para mais altos voos, estão de acordo? Conheçam o que é nosso. Nós cá estamos para dar umas dicas se precisarem…

 

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

ZECA, VOLTA SEMPRE, A CASA COIMBRÃ É TUA

Sansão Coelho em 24 fevereiro 2015
__________________________________
JOSÉ AFONSO FOI LEMBRADO POR AMIGOS NO CONSERVATÓRIO DE COIMBRA NO DIA DOS 28 ANOS DA SUA MORTE

A noite de ontem no palco do CONSERVATÓRIO de MÚSICA de COIMBRA teve cheiro a cravos vermelhos, o perfume da saudade e o afeto doce da homenagem, na evocação de um dos mais brilhantes cantores e compositores da música portuguesa e que começou na Escola de Coimbra: ZECA AFONSO.
Completaram-se, ontem, 28 anos do desaparecimento físico de JOSÉ AFONSO.A sua obra poética e musical, por ser imorredoira dada a sua alta valia, continuará,
agora, e para sempre. As músicas do Zeca são das mais cantadas de Portugal por esse mundo fora. Começou a cantar Fados de Coimbra no antigo Liceu de D. João III (atual José Falcão). Participou na Tuna e no Orfeon Académico. Concluiu a sua licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com uma tese dedicada a Sartre em 1963. Depois de uma infância passada em vários pontos de Portugal, e também nas antigas colónias de Angola e Moçambique dada a profissão dos pais, JOSÉ AFONSO foi ganhando ampla notoriedade como cantor e compositor. As suas primeiras BALADAS, além de trazerem marca de inovação ao Fado e Canção de Coimbra, são testemunhos de uma Intervenção Social e Política que José Afonso veio a fazer através da música. Sedimentou qualidade. Refinou o seu pensamento político. Cada vez mais ATIVISTA ligou-se aos movimentos então catalogados como Vanguarda.
Antes da Revolução do 25 de abril de 1974 sentiu dificuldades económicas por um casamento madrugador e porque a sua vida de professor foi travada pela polícia política de então e a censura cortou a divulgação de várias das suas criações e interpretações. Nem sempre terá sido um bom vendedor dos seus espetáculos pelo menos daqueles em que podia ganhar dinheiro porque foram inúmeros os que deu gratuitamente para o povo, sindicatos, associações de moradores. CANTOR DE INTERVENÇÃO Zeca surpreendeu ao regressar, JÁ PERTO DO FINAL DA SUA CARREIRA, ao Fado de Coimbra clássico para homenagear seu pai e também Edmundo de Bettencourt. Zeca desejou fugir de convencionalismos e de aplausos muito certinhos. Nunca esqueceu Coimbra. Rejeitando ser uma Instituição aceitou com dificuldade ser homenageado pelo município de Coimbra então liderado por Fernando Mendes Silva. Este, ao fazer a entrega da chave da cidade ao cantor-militante-autor que já tinha recebido a Medalha de Ouro de Coimbra, disse-lhe: ZECA, VOLTA SEMPRE, A CASA É TUA.
Numa noite pujante de juventude e cheiro a Primavera ZECA falou aos jovens e convidou-os a não ficarem em sossego. O JARDIM DA SEREIA encheu-se de admiradores e de amigos que lhe cantaram canções suas ou lhe dedicaram poesia em prosa dita e escrita pelo coração. A doença, após ser descoberta, permitiu-lhe viver pouco mais de cinco anos. Do enorme ZECA de quem tantos tiveram “medo” por ser sinónimo de “revolução” pelo canto e pela palavra, ficou uma obra hoje aplaudida e reconhecida por todos os quadrantes.
É da história: os revolucionários nem sempre colhem unanimidade no seu tempo, mas serão HISTÓRICOS. A SUA OBRA FICA PARA ALÉM DA VIDA VIVIDA.O reconhecimento de JOSÉ AFONSO é unânime e há muito que ultrapassa fronteiras. Zeca nasceu em Aveiro em 1929, mas foi desta Coimbra da Utopia e desta Cidade da Alegria que viajou para o mundo no plano artístico. De Coimbra para o mundo.Ouçamos as suas criações e interpretações como forma de uma homenagem permanente. De reconhecimento sempiterno. Foi isso que aconteceu ontem no Conservatório de Música de Coimbra.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

OBRAS URGENTES PARA A GRANDE COIMBRA E PARA O GRANDE CENTRO

Sansão Coelho em 23 fevereiro 2015
__________________________________
METRO-MONDEGO, AUTOESTRADA VISEU/COIMBRA E RENOVAÇÃO DA ESTAÇÃO VELHA

Há alguns meses o atual Presidente do Município de Coimbra equacionou aspetos relativos a PRIORIDADES ao nível dos TRANSPORTES, RODOVIAS E FERROVIAS da Região. MANUEL MACHADO foi claro a exigir premência para a conclusão do RAMAL DA LOUSÃ/METRO MONDEGO (a servir também o Hospital da Universidade); a ligação em autoestrada entre COIMBRA e VISEU; e a reformulação urgente da ESTAÇÃO VELHA, de Coimbra, a arcaica estação de Coimbra-B. Penso haver unanimidade na classe política de Coimbra em relação a estas três obras prioritárias sendo que a autoestrada Viseu/Coimbra implica, ainda, uma intervenção reivindicativa dos municípios abrangidos por este eixo. São três obras fundamentais que estão demoradas quais Obras de Santa Engrácia embora as primeiras obras na Estação Velha, designadamente, Estacionamento e Espaços para Táxis, estejam à porta.
O METRO MONDEGO entrou já no anedotário português: como é possível terem retirado a circulação na Linha Ferroviária da Lousã causando prejuízos incontáveis e que os autocarros de hipotética substituição não resolvem? E a seguir, como todos sabem, começaram as obras do METRO MONDEGO e o que já se investiu é muito e foi o necessário para que as obras não tivessem (NUNCA) parado ou que no mínimo sejam retomadas com urgência. Porque não fizeram o mesmo na Linha de Sintra e na Linha de Cascais ou com Linhas do Porto que agora até vai ter ligação privilegiada a Vigo? Porque Lisboa e Porto e suas áreas metropolitanas é que são, certamente, importantes. Coimbra, com um número de habitantes quase IGUAL ao das cidades do Porto ou de Gaia, fica cada vez mais de fora das grandes decisões CENTRALIZADAS.
Há algo que os últimos governos não têm compreendido, em concreto a importância estratégica e geopolítica de Coimbra. Talvez fosse boa ideia fazer um referendo a perguntar ao povo português se Coimbra deve ou não voltar a ser a capital?
Aqui têm estado a “cabeça e o coração de Portugal”. O “COIMBRA CANAL” será permanente tribuna na defesa dos interesses de Coimbra e da Região Centro sem bairrismos balofos, mas com exigências sérias e refletidas. UMA GRANDE COIMBRA e um GRANDE CENTRO são fundamentais para o desenvolvimento progressivo e harmonioso do nosso país.
E, uma pequena nota de rodapé, com duas perguntas: E o Ramal Ferroviário PAMPILHOSA/FIGUEIRA, como é? Quando reabre? E quando é que o Aeroporto de MONTE REAL é colocado ao serviço do público em geral e não apenas utilizado para fins militares?
PODEM NÃO QUERER DAR NADA À REGIÃO CENTRO…MAS NÃO NOS QUEIRAM FECHAR TUDO!
Vejam, por favor, esta notícia da RTP em 5 de dezembro passado e que recortamos, com a devida vénia, para trazer a este Recanto de hoje para que tirem as vossas ilações: “Bruxelas aprova projeto de modernização da linha ferroviária Porto-Vigo (05 Dez, 2014, 13:54 / atualizado em 05 Dez, 2014, 14:20 horas)
A Comissão Europeia aprovou esta sexta-feira um projeto de modernização da linha ferroviária entre Porto e Vigo, no valor de 35 milhões de euros. O projeto, a que
Bruxelas acaba de dar luz verde, inclui uma nova ligação à Trofa e uma nova estação na cidade. A modernização da linha de comboio que liga o Porto à Galiza é financiada com verbas do Fundo de Coesão”.

Quem se recorda da letra daquela balada do Zeca Afonso dedicada aos Vampiros?
Quem é que nos envia essa letra, por favor?!

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

JÁ TEMOS O NOSSO “SPECIAL ONE” DO CALHABÉ

Sansão Coelho em 22 fevereiro 2015
__________________________________
VITERBO LEVA BRIOSA À VITÓRIA NO ESTORIL

A equipa de futebol da BRIOSA estava na cauda da classificação só conseguindo até agora uma vitória. O treinador foi dispensado e o resultado surgiu rápido: JOSÉ VITERBO, convidado a orientar, interinamente, a equipa da BRIOSA, conseguiu ir neste domingo, 22fevereiro2015, ganhar ao Estoril por dois a um e esteve a vencer dois a zero com o primeiro golo apontado por esse paradigma de dedicação, garra e entrega à Académica/OAF que se chama MARINHO.
Brioso MARINHO, o da Taça. Sabemos ser necessário aguardar pelos próximos jogos para ver até que ponto a nossa BRIOSA consegue dar a volta à situação. Quem conhece JOSÉ VITERBO acredita nas suas capacidades e talvez fosse boa ideia que, em vez de interino, VITERBO subisse de treinador dos sub-23 para Treinador Principal do Futebol da Académica com a supervisão de todos os escalões em particular com um olhar atento à FORMAÇÃO.
É tempo de a ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA/OAF ter uma atitude ativa de NIDIFICAÇÃO DE FUTUROS craques de futebol. A equipa da Académica é sempre um emblema indispensável ao futebol e público português que gosta desta modalidade porque a BRIOSA é a imagem mais próxima da juventude e dos estudantes. E, obviamente, uma imagem indissociável de Coimbra e da sua vetusta e prestigiada Universidade. Em momentos difíceis TODOS SOMOS ACADÉMICA. UMA CAUSA.”QUALQUER COISA DE MÍTICO”.
“SER ATLETA DA ACADÉMICA É A SUPREMA HONRA” escreveu o médico e antigo internacional do futebol da Briosa Vítor Campos. Hoje, em tempos difíceis, precisamos de grandes académicos a vestirem a camisola da BRIOSA e grandes e dinâmicos treinadores a puxarem pela equipa. VITERBO que sente Coimbra e a Académica com paixão e razão pode conduzir-nos ao Paraíso evitando o Inferno de uma descida que nem ousamos sonhar, quanto mais viver. Como dizia uma amiga minha respondendo à mensagem que lhe enviei dizendo após a vitória no Estoril que temos treinador: “JÁ SOU FÃ DO HERR VITERBO”, ripostou também por sms lembrando-nos, pareceu-me, que VITERBO pode ser o novo Pepe Guardiola da Académica. Por mim já o considero o…SPECIAL ONE DO CALHABÉ: SENHOR VITERBO porque é um Senhor… Por cá não tratamos os treinadores por mister. Ou professor…ou Senhor…e são quase sempre GRANDES SENHORES que treinam a nossa benquista BRIOSA.
Devo acrescentar que tenho a impressão que JOSÉ VITERBO quis oferecer esta vitória não apenas ao anterior treinador como afirmou, mas também a um dos sócios mais antigos e mais prestigiados da BRIOSA, o Sempiterno REITOR (uma vez Magnífico Reitor é Reitor para Sempre em Coimbra), Doutor RUI de ALARCÃO, que neste dia completa 85 anos alguns dos quais passados a ver os jogos da nossa Briosa no velhinho Santa Cruz pendurado nas árvores.
A magia da BRIOSA faz-nos trepar…com brio.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

“SE BEM ME LEMBRO…” – EVOCAR (HOJE E SEMPRE) VITORINO NEMÉSIO

Sansão Coelho em 21 fevereiro 2015
__________________________________
Neste dia (fevereiro,21), em 1978, era sepultado ao som do Aleluia, conforme seu desejo, no Cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra, sua terra adotiva, o poeta, ensaísta, comunicador, escritor, leitor e docente em várias universidades estrangeiras, Professor Doutor VITORINO NEMÉSIO. Natural dos Açores, Nemésio veio para Coimbra para completar o último ciclo do liceu e ingressar na Faculdade de Direito. Mais tarde trocou Direito por Letras
e acabou por se licenciar na universidade lisboeta onde também foi docente. Participou em várias revistas culturais e académicas do seu tempo fundando umas e dirigindo outras, numa enorme azáfama intelectual.
Após sessões realizadas neste fim-de-semana no Café Santa Cruz, hoje, domingo ao meio-dia, no Cemitério dos Olivais, aqui em Coimbra, VITORINO NEMÉSIO é lembrado por amigos e admiradores. Para além de uma forte aura intelectual, VITORINO NEMÉSIO ficou conhecido do grande público por apresentar na RTP um programa de conversa informal com o título “SE BEM ME LEMBRO…”
Da sua obra destacamos hoje três poemas que permitem reencontrar a dimensão poética deste açoriano “conimbricense” que residiu no Tovim, durante vários anos, tendo casado nesta cidade onde, aliás, constituiu família.

Tenho uma Saudade tão Braba

Tenho uma saudade tão braba
Da ilha onde já não moro,
Que em velho só bebo a baba
Do pouco pranto que choro.

Os meus parentes, com dó,
Bem que me querem levar,
Mas talvez que nem meu pó
Mereça a Deus lá ficar.

Enfim, só Nosso Senhor
Há-de decidir se posso
Morrer lá com esta dor,
A meio de um Padre Nosso.

Quando se diz «Seja feita»
Eu sentirei na garganta
A mão da Morte, direita
A este peito, que ainda canta.

Vitorino Nemésio, in “Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga”

RETRATO

Cruel como os Assírios,
Lânguido como os Persas,
Entre estrelas e círios
Cristão só nas conversas.

Árabe no sossego,
Africano no ardor;
No corpo, Grego, Grego!
Homem seja onde for.

Romano na ambição,
Oriental no ardil,
Latino na paixão,
Europeu por subtil:

Homem sou, homem só
(Pascal: «nem anjo nem bruto»):
Cristãmente, do pó
Me levanto impoluto.

Vitorino Nemésio, Nem Toda a Noite a Vida, Edições Ática, 1952

Pedra de Canto

Ainda terás alento e pedra de canto,
Mito de Pégaso, patada de sangue da mentira,
Para cantar em sílabas ásperas o canto,
De rima em -anto, o pranto,
O amor, o apego, o sossego, a rima interna
Das almas calmas, isto e aquilo, o canto
Do pranto em pedra aparelhada a corpo e escopro,
O estupro de outrora, a triste vida dela, o canto,
Buraco onde te metes, duplamente: com falo,
Falas, fá-la chorar e ganir, com falo o canto
No buraco de grilo onde anoiteces,
No buraco de falso eremita onde conheces
Teu nada, o dela, o buraco dela, o canto
De pedra, sim, canteiro por cantares e aparelhares
Com ela em rua e cama o falo fá-la cheia,
Canteiro porque o falo a julga flores, o canto
Áspero do canteiro de pedra e sémen que tu és
(No buraco do falo falaste),
Tu, falazão de amor, que a amas e conheces.
Amas a quem? Conheces quem? Pobre Hipocrene,
Apolo de pataco, Camões binocular, poeta de merda,

Embora isso em sangue dessa pobre alma em ferida:
A dela, a tua, cadela a tua pura e fiel no canto
De lama e amor como não há no charco em torno,
Maravilhoso canto só de soprares na ponta a um corno
E logo a sílaba e o inferno te obedecem
E as dores íntimas dela nas tuas falas se conhecem,
Sua íntima vergonha inconfessada desponta,
Passiflora penada, pequenina vulva triste
Em teu sémen sarada e já livre de afronta:
O canto em pedra e voz, psicóide e bem vibrado,
Límpido como vidro a altas horas lavado,
Como o galo de bronze pela dor acordado,
No amor e na morte alevantado,
Da trampa mentirosa resgatado,
Como Dante o lavrou em pedra de Florença
E Deus to deu de amor por ela no atoleiro?
Flor menina de orvalho em amor verdadeiro?

Ainda terás amor e pedra de canto,
Fé nela e sua dor de arrependida e enganada,
Ou, enfim, amor a fogo dado e perdão puro…
Eu quero lá saber! Amor de Deus no canto
De misericórdia e paz, mesmo para os violentos
Da violada violeta, a breve miosótis
Ao canto unida e em tuas lágrimas orvalhada?
Cala-te e humilha-te como ela,
Que é maior do que tu no canto
E a esta hora só bebe talvez água salgada,
Oh poeta de água doce!

Mas, antes de calar espada e voz, responde:
Ainda terás alento e pedra de canto
Para cantar estas coisas,
Encantar outra vez a donzela roubada ou nina morta,
Enfim, o teu amor?
Dize lá, sem-vergonha,
Homem singelo:
Pois se nisto me mentes nunca mais a verás.
(Quem fala?)

Vitorino Nemésio, in “Obras Completas”

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

EVOCAÇÃO DO CICLONE DE FEVEREIRO DE 1941 EM COIMBRA

emissor_coimbra_1947

Sansão Coelho em 21 fevereiro 2015
__________________________________
O CONCELHO REGISTOU VENTOS DE 133 Km/hora

Resolvemos trazer para a ribalta e a quem nos segue no “COIMBRA CANAL” um violento episódio meteorológico que varreu Portugal em FEVEREIRO DE 1941, em concreto no dia 15. Houve vítimas mortais, muitos feridos, enormes prejuízos.
Os espetadores, ouvintes e leitores do “COIMBRA CANAL” podem consultar detalhes num trabalho de alta qualidade científica apresentado nos CADERNOS DE GEOGRAFIA nos 30/31 de 2011/2012 da FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA de autoria de ADÉLIA NUNES, JOÃO PINHO e NUNO GANHO.
Está publicado entre as páginas 53 a 60 daqueles prestigiados CADERNOS, mas no final deste nosso articulado colocamos um LINK para terem o acesso facilitado a esta produção científica disponível na net. Vamos gostar de ter um feedback de quem nos acompanha em relação ao trabalho científico, ao acontecimento, e à oportunidade, ou não, da evocação breve que o “COIMBRA CANAL” faz numa postura de ter em atenção que acontecimentos destes podem repetir-se, mas o conhecimento e estudo detalhado de fenómenos meteorológicos anteriores servem de contributo para ajudar a produzir, em particular para a população e para os serviços de Proteção Civil, melhores e mais eficazes respostas futuras.
O CICLONE PROVOCOU A INAUGURAÇÃO “FORÇADA” DO EMISSOR REGIONAL DE COIMBRA DA ANTIGA EMISSORA NACIONAL
O CICLONE DE FEVEREIRO DE 1941 em Coimbra é, de forma pressionante, emergente e urgente, o INÍCIO FORMAL DA RÁDIO PÚBLICA na região de Coimbra. Contra ventos e
marés conseguimos que o serviço público, em boa hora, anotasse a efeméride e até tivesse comemorado as BODAS DE OURO com um jantar convívio realizado no antigo Restaurante das Piscinas de Coimbra dirigido, então, por Fernando Barata para o que foi decisiva a atuação dos administradores da época, SOARES LOURO e FAUSTO DE SOUSA CORREIA, este, um saudoso jornalista e político conimbricense que nos deixou prematuramente.
Numa nota breve pretendo, igualmente, prestar homenagem, nesta evocação, ao Professor Doutor MÁRIO SILVA porque trouxe de Paris (onde trabalhou com Madame Curie na
investigação da RADIOATIVIDADE) um conjunto de materiais mínimos que lhe permitiram avançar com a construção, quase elementar, de um pequeno emissor de radiodifusão
de modesta área de cobertura e que veio a ser, provavelmente, o primeiro emissor de RADIODIFUSÃO em Coimbra e que teve a designação de EMISSORA UNIVERSITÁRIA DE
COIMBRA. Ainda mais curioso foi o facto de Salazar e a Censura terem proibido as emissões do Emissor Universitário. Contudo, no dia do CICLONE, este foi requisitado pelo Estado para ser colocado ao Serviço da Emissora Nacional, em Coimbra, em virtude de estar a ser criada uma delegação da Rádio Pública na cidade; e como ficou danificado o emissor que teria vindo de Lisboa (e ficaram cortadas as ligações pelos CTT entre o Norte e o Sul) foi o diminuto Emissor Universitário colocado na Delegação de Coimbra quebrando o silêncio noticioso entre o norte e sul. Segundo nos disse o engenheiro FREIRE que na altura procurou soluções para o
problema o novo emissor recebido ( o do Professor Doutor Mário Silva) teve a particularidade de funcionar com a antena virada para baixo junto ao muro da delegação que era, na época, na Rua de Saragoça. Nesse dia, à custa de um CICLONE e de uma EMERGÊNCIA, entrou, informalmente, em funcionamento o Emissor Regional de Coimbra da Emissora Nacional de Radiodifusão que mais tarde veio a ser a sede do Grupo de Emissores do Centro da Emissora Nacional (o primeiro exercício de regionalização radiofónica no nosso país).
A Delegação de Coimbra, da agora uniformizada RÁDIO E TELEVISÃO DE PORTUGAL, tem a … idade do “ciclone” de Fevereiro de 1941.

(link:http://www.uc.pt/fluc/depgeo/Cadernos_Geografia/Numeros_publicados/CadGeo30_31/Eixo1_2)

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com