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Final da liga portuguesa de futebol americano

O Estádio Municipal Sérgio Conceição, localizado em Taveiro, Coimbra foi o local escolhido para a realização da final da liga portuguesa de futebol americano.

A equipa dos Lisboa Navigators conquistou o título da liga portuguesa de futebol-americano, após triunfo na final frente aos Crusaders, por 32-13.

O Coimbra Canal transmitiu em direto o desafio:

 

 

Sobre as equipas que disputaram a final:

CRUSADERS
Os Crusaders foram a segunda equipa a ser criada em Portugal, e são a única equipa portuguesa a vencer os Lisboa Navigators, equipa que irão defrontar na final.
Depois de terem estado em quatro meias finais em edições anteriores, será a primeira final que irão disputar.

LISBOA NAVIGATORS
Os Lisboa Navigators foram a terceira equipa de Futebol Americano em Portugal a ser criada, e foram fundados por ex-membros dos Crusaders. Depois da vitória na final disputada em Coimbra, tornaram-se hexacampeões nacionais, e contam com apenas uma derrota em todas edições da liga.

VARELA PÈCURTO, 90 ANOS DO DECANO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL EM COIMBRA

VARELA PÈCURTO é o decano dos profissionais da Comunicação Social de Coimbra, um pioneiro da RTP na cidade e região tendo sido o seu primeiro correspondente. Uma vasta experiência profissional, do cinema à fotografia, permitiu a este mestre apurar uma estética de realismo (ou neo-realismo para sermos concretos e verificarmos como a mensagem simples e direta é comunicada pela obra de arte) o que o guinda a um plano altaneiro. Não podemos esquecer que À ÉPOCA ERA MODA ENTRAR NO SALONISMO, ou seja concorrer a Salões.

Assim o fez e conquistou vários prémios. A comunidade ou “corporação” dosmédia de Coimbra tem uma enorme e justificada deferência por VARELA PÈCURTO; tem ternura e afetos militantes, mas a sua cativante forma de ser e estar é duplicada por um trajeto de vida profissional impressionante. É a nossa versão de Manoel de Oliveira? Talvez. Mas é também a nossa versão de Luís Buñuel que esperava horas a fio pelo momento adequado para fixar um instantâneo de vida para a posteridade…. como o salto daquela menina no pátio. A foto da capa do catálogo de uma exposição sua que vimos há algum tempo mostra-nos que um raio deflagra sobre os emblemáticos Torre e Casario da Universidade de Coimbra. Foi preciso esperar, como Buñel, para conseguir aquele momento. VARELA PÈCURTO vai ficar (já está na História da Fotografia Portuguesa e representado em vários Museus). As VIÚVAS DA NAZARÉ, foto impressa na contracapa do catálogo (e muito em particular este registo da contra-capa) referentes à exposição que vimos há algum tempo e uma das suas últimas apresentações a que assisti colocam PÈCURTO como o fotógrafo, o repórter, o artista, num patamar de excelência internacional. Por mim coloco-o ao lado de Sergei Eisenstein pelos grandes planos que alcança e pela forma como cruza o documental com o ficcional mantendo elevados valores estéticos, aliás, fundamentais, tal como preconizava Mário Dionísio.
Completou há pouco 90 anos. Adivinho que o vamos ter até aos cem ou mais anos connosco a dar-nos a sua arte. Lamento que não haja apoio suficiente de municípios nem de entidades culturais diversas para VARELA PÈCURTO finalizar algumas obras de prosa e fotografia dedicadas a concelhos da nossa Região, livros que tem praticamente completos. Talvez seja hora de deixarmos o nosso comodismo hereditário ou atávico e colaborarmos todos no apoio às edições que VARELA PÈCURTO tem ainda em carteira para apresentar espólios fotográficos de concelhos que se não forem apoiados, talvez o ARTISTA-FOTÓGRAFO acabe por ceder, gratuitamente, a quem devia comprar, por elementar dever de
justiça, solidariedade e reconhecimento ao valoroso Varela Pècurto. Faltará por cá uma atividade financeiramente proactiva a favor da CULTURA FOTOGRÁFICA? Não sei responder mas considero
COIMBRA a grande Cidade da Fotografia a que os ENCONTROS vieram dar projeção internacional.

Deixo-lhe o meu abraço de parabéns, Caro Decano, AMIGO E COMPANHEIRO VARELA PÈCURTO, um Companheiro das nossas Reportagens Jornalísticas (AS SUAS FOTOS JORNALÍSTICAS para o
nosso velho JORNAL A BOLA) em que nem sempre o que os leitores nos diziam estar ótimo nos satisfazia. Quisemos, o Senhor e eu, sempre mais: e o meu amigo até fazia obras-primas: veja como eramos injustos! Em particular no VARELA PÈCURTO houve sempre a transcendência do artista.

Conte, Senhor VARELA PÉCURTO, muitos anos e mais trabalhos com a sua singular e superior qualidade.
Um abraço do seu companheiro e camarada de profissão, Sansão Coelho. E outro abraço desta vasta equipa do COIMBRA CANAL que o admira, tal como todos os conimbricenses e as personalidades de bem da cultura da nossa Cidade e da nossa Região de Coimbra.
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ATENÇÃO: Entre em Protagonistas, aqui no COIMBRA-CANAL pode ser vista uma entrevista com o Grande e Mestre Eterno VARELA PÉCURTO. COIMBRA CANAL é um divulgador atento do que se faz de melhor na Arte e na Cultura em Coimbra…como já viram os nossos leitores, espetadores e ouvintes. COIMBRA CANAL na net… é rádio, televisão e jornal on-line. E sempre COIMBRA.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracabal. Ou: sansaocoelho@sapo.pt

“COIMBRA CANAL”. DE COIMBRA PARA O MUNDO, O MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AUDIOVISUAL DO RIGOR E DO BAIRRISMO SALUTAR QUE ESPALHA A NOSSA CIDADE POR TODOS OS CANTOS DO MUNDO.

Um projeto de cultura, cidadania e intervenção.

Ciclo de Concertos de Primavera «Arte e Solidariedade»

A ADAV-Coimbra e a LAHUC, com a preciosa colaboração e o empenhado apoio do jovem músico Tiago Nunes, uniram-se na organização do Ciclo de Concertos de Primavera «Arte e Solidariedade», que decorrerá nos meses de Abril, Maio e Junho de 2015.
O programa do evento conta com oito concertos solidários de elevada qualidade artística, que terão lugar no Conservatório de Música de Coimbra, na Sé Velha e no Seminário Maior de Coimbra.
Este Ciclo de Concertos, no qual estão envolvidos muitos artistas portugueses e estrangeiros ligados à música clássica, tem como tema a Arte e a Solidariedade, assinalando igualmente o aniversário da LAHUC, que comemora 25 anos de existência.

Homenagem ao Professor Doutor José Oliveira Lopes
Dia 6 de Abril
21h 30m
Auditório do Conservatório de Música de Coimbra

Recital de piano e canto por
Carla Bernardino, soprano
José de Eça, tenor
Tiago Nunes, piano

Bilhetes/Reservas
ADAV-Coimbra
Telef: 239 820 000
Telm: 913 109 066

O programa desta noite foi bem diversificado: incluiu canções (“lieder”), árias de ópera/oratória, napolitanas e uma obra para piano.

O primeiro compositor – Mário Sousa Santos (1914-1983) – dedicou a sua vida profissional a Coimbra, ensinando e compondo. Esta “canção” sobre um poema de António Botto – poeta que o compositor muito apreciava – é de um romantismo intenso. Em “Os Anéis do Meu Cabelo” a música serve, de uma forma magistral, o texto angustiado.

Seguiu-se “Aprés un Rêve”, de Gabriel Fauré (1845-1924) – curiosamente um dos compositores mais admirados por Mário de Sousa Santos. Foi escrita entre 1870 e 1878, e é sem dúvida uma das mais conhecidas obras para Canto. O texto francês é inspirado num poema anónimo italiano, e tenta ligar ao amor ao sonho, concluindo: “Volta, oh Noite Misteriosa”.

Dos “Cinco Lieder op.115” de J. Bramhs (1833-1897), ouvimos um dos mais populares do autor: “Wiew Melodien Zieth Es Mir” (Assim como uma melodia). Dos “Lieder and Songs, op. 63” segue-se “Meine liebe ist grün” (O meu amor é verde), escrito em 1873/74 com poema de Felix Schumann, poeta, filho de Robert e Clara Schumann.
Em 1846 Felix Mendelssohn (1808-1847) publica a Oratória “Elias”, obra de enorme envergadura, aqui recordada em “Höre, Israel”, ária para soprano.

Giacomo Puccini (1958-1924 ) estreou a sua ópera mais aplaudida no Teatro Régio de Turim, em Fevereiro de 1896, e sob a direção de Arturo Toscanini : “La Bohéme”. Ouvimos duas árias empolgantes da personagem “Mimi”: “Si, mi chiamano Mimi”, em que se apresenta, diz o que faz na vida e que o seu verdadeiro nome é Lucia; “Donde lieta usci”, ária do 3º acto, em que envolta num dramatismo intenso e doentio, tenta separar-se amigavelmente de Rodolfo.

“Funérailles” – Uma obra mística, lírica, profunda e íntima, que Liszt (1811-1886) escreveu no mês da morte de Chopin – Outubro de 1849 – mas com intenção de prestar uma dolorosa homenagem aos Heróis da Revolução Húngara de 1848. Integra a magnífica recolha intitulada “Harmonias Poéticas e Religiosas” e mereceu a interpretação de inúmeros dos mais relevantes pianistas deste e do século passado.

Na segunda parte surgiu a “Oração de Rienzi”, de Richard Vagner: “Allmächt’ger Vater, Blick Herab” (Pai Todo-Poderoso, olha por nós). Rienzi, nesta ária, pede a Deus que olhe por ele e não permita que as forças conquistadas se dissipem.

Depois do estrondoso êxito de “Aida”, foi difícil convencer G. Verdi (1813-1901) a escrever mais uma ópera. Quase dez anos depois, a sua penúltima obra foi a tragédia “Otello”, estreada no Teatro Alla Scala de Milão em Fevereiro de 1887. Ária final do último acto “Niun mi tema” (Ninguém deve temer-me”): Otello, arrependido ao acabar de matar injustamente Desdémona, enterra um punhal no seu próprio corpo, beija o cadáver da sua amada uma última vez, e morre.

As vozes de tenor são irresistivelmente atraídas para o canto napolitano. “À Vucchella”, canção de sedução de Paolo Tosti e texto do grande Gabriele D’Anunzio, e “Core’n grato” (Coração ingrato), em que o amor, aqui não correspondido, se espraia nas palavras de Alessandro Cordiferro e na música de Salvatore Cardillo, foram as escolhidas para este concerto.

E o programa pontuou com uma graciosa e leve canção brasileira: “Azulão”, do autodidata Jayme Ovalle (1894-1955) e do poeta Manuel Bandeira.

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Morreu Miguel Drago

NOME GRANDE DA GUITARRA DE COIMBRA MORRE NO PASSADO DOMINGO (19.abril.2015) EM ACIDENTE AUTOMÓVEL, AOS 48 ANOS.
UM SENTIDO ADEUS ESCRITO E DESCRITO POR NUNO
MOTA PINTO E MANUEL ALEGRE PORTUGAL NO FACEBOOK
Com a vénia devida, e sentida amargura, COIMBRA CANAL cita do Facebook o texto do seu antigo companheiro da Faculdade de Economia de Coimbra, NUNO MOTA PINTO inserido em 20.abril.2015 às 15,42 a propósito da inesperada morte do guitarrista dos “VERDES ANOS” em acidente automóvel na 125 do Algarve, no último domingo à tarde.
“Lembro-me do Miguel Drago, mais velho que eu, 3 ou 4 anos, nos anos 80 no Liceu. Tenho ideia de ele ter tido uma adolescência atribulada, uma espécie de momento… de rebeldia sem causa (para os que o conheceram na altura era o “Moca”, uma alcunha deliciosa que, como todas as alcunhas, exagera e distorce mas resume muito do ambiente de então). Não sei como nem porquê mas quando cheguei à Faculdade o Miguel tornou-se meu colega de turma e de curso.
Os tempos mais agitados estavam para trás e ele queria muito fazer o curso bem, rapidamente e sem sobressaltos. Enquanto eu me dispersava por atividades desportivas, académicas e associativas ele descobria a paixão que se tornou o grande Amor da sua vida: a guitarra portuguesa. Para compensar estas dispersões mútuas muitas vezes trocámos apontamentos, informações e traficámos cadernos dos e das colegas mais capazes de passar a escrito o que se
tinha passado nas aulas. Acabámos por nos formar quase ao mesmo tempo num prémio a um esforço que, como acima foi descrito, não foi apenas individual.
O Miguel acabou por se radicar no Algarve onde a família tem raízes. Fui acompanhando, ao longe, a sua incessante e frenética atividade de guitarrista, animador cultural e artista. Era sempre um encanto vê-lo com aquele sorriso quente e franco que denunciava a sua simpatia e gentileza naturais. Além disso, o Miguel Drago era discreto, elegante, sem vedetismos e dotado de uma aguda e bem humorada perspicácia. Era um homem talentoso a quem nunca detetei vestígios de vaidade ou soberba (e ele tinha bons motivos para se sentir vaidoso). As provas do seu talento são óbvias no vídeo em baixo e, felizmente, estão espalhadas por muitos lados pela net.
O Miguel morreu ontem num estupido acidente de viação na malfadada EN 125. Eu perdi um amigo com o qual infelizmente fui tendo cada vez menos contacto mas que é uma presença luminosa na minha vida desde há mais de 30 anos. A cultura portuguesa perdeu um virtuoso e um divulgador generoso e altruísta.
Um abraço sentido para a Família do Miguel e um testemunho de saudade de um homem bom”.
Ontem, igualmente consternado pela morte de MIGUEL DRAGO, o guitarrista e jornalista MANUEL PORTUGAL escreveu, também no Facebook, o seguinte texto:

“Foi uma das minhas inspirações quando voltei a tocar guitarra e arregacei as mangas para construir um sonho que se chamou então Pensão Flor. Mas o Miguel Drago era muito mais do que isso. Um amigo de infância que comigo brincou nas ruas do mesmo bairro e nos corredores do mesmo liceu. Mais tarde, e acima de tudo, fez-se um guitarrista que eu respeitava muito como músico.
Discreto, é certo. Ele era assim, super-humilde e honesto. Descomprometido. Muitos não terão dado por ele…. Ficaram a perder.
O Miguel foi um guitarrista de Coimbra, depois partiu para o Fado de Lisboa e outras músicas. Com a Viviane Parra fez um dos trabalhos discográficos mais interessantes que eu conheço na música portuguesa. Hoje é o que eu posso ouvir para me lavar o peito
desta noticia tão brutal. Os grandes nunca morrem, Miguel. E nós não te deixaremos morrer. Até já meu amigo”.

QUE BOAS! DOÇARIA E PASTELARIA DA REGIÃO DE COIMBRA

Ai, ai, meu bem! Gostar do que sabe bem não é pecado: é bom gosto.

Já se aperceberam que vou falar da DOÇARIA/PASTELARIA da nossa região. Sentimo-nos quase emocionados com as diversas propostas que têm sido apresentadas e com o que temos há muito na EMENTA DA DOÇARIA DA REGIÃO DE COIMBRA.

Das BRISAS DA FIGUEIRA às NEVADAS DE PENACOVA seguimos, por perto, o curso do RIO MONDEGO. Este nosso pátrio rio, o maior nascido no nosso retângulo, pode conduzir-nos, apenas entre Penacova e a Figueira, a uma LISTA ENORME DE DOCES daqueles que fazem crescer água na boca apenas ao serem enunciados. Agora imaginem o que será prová-los.
Em LORVÃO os PASTEIS DE LORVÃO discutem um lugar ao sol, e na nossa mesa, com as NEVADAS DE PENACOVA.
Na LOUSÃ encontrei uns pastéis FEITOS COM PRODUTOS ENDÓGENOS aos quais atribuo nota elevada: têm mel, castanha e… LICOR BEIRÃO.SERRANITOS E DELÍCIAS que são uma…delícia.
Em COIMBRA, para além da DOÇARIA TRADICIONAL, tive o privilégio de saborear os CRÚZIOS que o Café SANTA CRUZ está a confecionar e a distribuir os quais começam a discutir protagonismo e relevância com PAPOS DE ANJO, BARRIGAS DE FREIRA MANJAR BRANCO, PASTEIS DE SANTA CLARA e a nossa singela (mas tão boa) ARRUFADA DE COIMBRA.
Se viermos pela margem esquerda do Mondego a paragem na Vila de PEREIRA é obrigatória para saborear as QUEIJADAS DE PEREIRA as quais, no meu modesto entender, melhor textura
e massa apresentam em todo o mundo. Exagero? Talvez não!
Do outro lado do rio, e também em ambiente conventual, encontramos as QUEIJADAS E OS PASTEIS DE TENTÚGAL. Digam-me, por favor: há manjar melhor do que este?! Até o António
Nobre ia poetar para TENTÚGAL à espera de encontrar um bilhetinho da angelical freira dentro de um apetitoso e saboroso pastel. E ainda lhe atribuem solidão?! Talvez tenha sido o poeta
mais triste e SÓ de Portugal… mas tinha um excelente gosto para escolher doçaria requintada: se tinha!
Em MONTEMOR-O-VELHO não perco as ESPIGAS DOCES…mas não é fácil encontrá-las.
Mais à frente o BOLO DAS ALHADAS é mais conhecido do que a linda serra das Alhadas. A não esquecer, ainda, o conceituado e também saboroso BOLO DE ANÇÃ do concelho de Cantanhede.
Do outro lado, no LOURIÇAL, os BISCOITOS DO LOURIÇAL dão a volta ao mundo. A origem está no Convento do Louriçal. A simplicidade da receita (atenção: esta é sem açúcar) está de acordo
com a vivência humilde das freiras deste Convento o qual precisa de uma boa recuperação para não se perder este património que até já foi fábrica de descasque de arroz.
E os BISCOITOS DE SOURE? Aquele doce azeite é uma oferenda dos deuses. Não podemos esquecer que os BISCOITOS DE AZEITE DE SOURE acompanharam as tripulações nas naus que andaram nos DESCOBRIMENTOS. São históricos.

…Vou ficar por aqui. O COIMBRA CANAL não vai esgotar, nesta crónica, os Doces e Pasteis da Região de Coimbra. Falei, apenas, em meia-dúzia…mas há tanta DOÇARIA & PASTELARIA por cá que o melhor é cada leitor experimentar e classificar. Nós voltaremos com a boca doce a esta temática. Vou fazer mais um Roteiro e cá estarei, em breve, com mais um conjunto de Doces & Pasteis em tentadoras propostas. Não pode ser tudo de uma vez para não estragar a “linha”.

Interatividade: sansãocoelho@coimbracanal.com

Ciclo de Concertos Primavera – ALL LIBITUM TRIO

No âmbito do Ciclo de Concertos Primavera, este concerto é a favor da ADAV-Coimbra e da LAHUC Solidária, que festeja este ano o seu 25. aniversário! Contamos com sua presença! Bilhetes (5 €, 3 € estudantes) à venda na ADAV (na Rua Lourenço Almeida Azevedo, 27, tel. 239 820 000) e na LAHUC (no átrio de entrada dos HUC).

O 2.º concerto do Ciclo de Concertos Primavera estará a cargo do excelente ALL LIBITUM TRIO. É já no próximo dia 19 de Abril, às 17h e 30, no Seminário Maior de Coimbra.

Mariana Barradas, Violoncelo
David Nunes, flauta
Fábio Palma, Acordeão

UM “ENSAIO” SOBRE LUIS GÓIS, GRANDE CANTOR DE COIMBRA

LIVRO DE JORGE CRAVO DE DOCE LEITURA

“LUIZ GOES – O NEOMODERNISMO NA CANÇÃO DE COIMBRA OU O ADVENTO DA ESCOLA GOESIANA”.
Este é um livro de autoria de JORGE CRAVO que foi e é um confesso admirador de GOES e um conceituado cantor de Coimbra e historiador do Fado Académico. A este género
chama Jorge Cravo CANÇÃO DE COIMBRA, um conceito guarda-chuva, ou seja, de maior abrangência. Apesar de ter sido editado há algum tempo falo-lhes deste livro porque é uma
obra completa e de indispensável leitura acerca do cantor e médico LUÍS GOES que já é uma saudade física embora haja sempre a possibilidade e prazer em escutar a sua voz e as canções porque as deixou editadas. Jorge Cravo opta, pois, pela nomenclatura Canção de Coimbra onde se insere o ponto de vista de Luís Góis que nos falava da sua música, não como fado, mas como “música de matriz coimbrã”. Logo na apresentação desta sua obra, Jorge Cravo escreve que no “envolvimento da Canção de Coimbra, a partir da década de 60, no imaginário associativo, social e político da Academia, da cidade e do País, emerge, pois, a figura de Luiz Goes que, embora distante de um profundo comprometimento político, nem por isso esteve ausente da contestação intelectual e artística que era apanágio dos cantautores da época”.
Esta foi uma faceta prodigiosa e importante de Goes: conseguiu produzir trabalhos artisticamente perfeitos onde a contestação fintava as malhas da Censura com uma inteligência notável e por isso as suas canções se escutavam, sem problemas censórios, nas rádios do “Antigamente”. O Professor Doutor LUÍS REIS TORGAL, ainda neste livro, no capítulo
À Maneira de um Prefácio, fala-nos de Luís Góis como “um humanista, diferente dos humanistas de esquerda militante, como foram Zeca ou Adriano”. Zeca e Adriano estiveram
proibidos. Luís Góis abraçou, em nosso entender, causa comum, mas num caminho difícil, eticamente irrepreensível, ao estar presente, e estar na frente, recusando ser recusado para poder continuar a cantar, um canto que foi de arte, de luta e de causas gerando o que apelida Jorge Cravo de ESCOLA GOESIANA considerando que nasceu com este cantor e autor um movimento de renovação estética que entroncou no movimento presencista e no padrinho daquela folha de Cultura e Arte, Edmundo de Bettencourt.
LUÍS GOES foi um cantor de constante RENOVAÇÃO (a palavra é ainda mais adequada neste Tempo de Páscoa). Renovação na forma de cantar e no discurso poético. “Com Luiz Goes o
neomodernismo chega à Canção de Coimbra”, avança Jorge Cravo neste livro dedicado a quem já nos deixou, mas deixando uma obra ímpar que precisa de ser escutada com regularidade para compreendermos o que foi Portugal entre os anos 60 e 90 do século passado; e como foi a evolução da Canção de Coimbra no mesmo período.
Portugal, pobre em valores, pouco escutou, na hora do seu “adeus”, canções de Luís Góis. Poucas rádios lhe dedicaram o tempo que o génio criativo e interpretativo de LUÍS GOES Ser ingrato e não reconhecer o mérito implica a necessidade de escutarmos, sempre que possível, “Homem Só, Meu Irmão” na voz de Luís Góis, uma das suas mais sentidas
interpretações.
A CANÇÃO DE COIMBRA tende a ser eclipsada e as grandes vozes deste garboso género musical estão quase votadas ao esquecimento, pelo menos, nos dias de agora, nas rádios e
televisões nacionais.
Talvez isto mude.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

Ciclo de Concertos de Primavera «Arte e Solidariedade»

A ADAV-Coimbra e a LAHUC, com a preciosa colaboração e o empenhado apoio do jovem músico Tiago Nunes, uniram-se na organização do Ciclo de Concertos de Primavera «Arte e Solidariedade», que decorrerá nos meses de Abril, Maio e Junho de 2015.
programa

O programa do evento conta com oito concertos solidários de elevada qualidade artística, que terão lugar no Conservatório de Música de Coimbra, na Sé Velha e no Seminário Maior de Coimbra.
Este Ciclo de Concertos, no qual estão envolvidos muitos artistas portugueses e estrangeiros ligados à música clássica, tem como tema a Arte e a Solidariedade, assinalando igualmente o aniversário da LAHUC, que comemora 25 anos de existência.

Homenagem ao Professor Doutor José Oliveira Lopes
Dia 6 de Abril
21h 30m
Auditório do Conservatório de Música de Coimbra

Recital de piano e canto por
Carla Bernardino, soprano
José de Eça, tenor
Tiago Nunes, piano

Bilhetes/Reservas
ADAV-Coimbra
Telef: 239 820 000
Telm: 913 109 066

O programa desta noite é bem diversificado: inclui canções (“lieder”), árias de ópera/oratória, napolitanas e uma obra para piano.

O primeiro compositor – Mário Sousa Santos (1914-1983) – dedicou a sua vida profissional a Coimbra, ensinando e compondo. Esta “canção” sobre um poema de António Botto – poeta que o compositor muito apreciava – é de um romantismo intenso. Em “Os Anéis do Meu Cabelo” a música serve, de uma forma magistral, o texto angustiado.

Seguir-se-á “Aprés un Rêve”, de Gabriel Fauré (1845-1924) – curiosamente um dos compositores mais admirados por Mário de Sousa Santos. Foi escrita entre 1870 e 1878, e é sem dúvida uma das mais conhecidas obras para Canto. O texto francês é inspirado num poema anónimo italiano, e tenta ligar ao amor ao sonho, concluindo: “Volta, oh Noite Misteriosa”.

Dos “Cinco Lieder op.115” de J. Bramhs (1833-1897), ouviremos um dos mais populares do autor: “Wiew Melodien Zieth Es Mir” (Assim como uma melodia). Dos “Lieder and Songs, op. 63” segue-se “Meine liebe ist grün” (O meu amor é verde), escrito em 1873/74 com poema de Felix Schumann, poeta, filho de Robert e Clara Schumann.
Em 1846 Felix Mendelssohn (1808-1847) publica a Oratória “Elias”, obra de enorme envergadura, aqui recordada em “Höre, Israel”, ária para soprano.

Giacomo Puccini (1958-1924 ) estreou a sua ópera mais aplaudida no Teatro Régio de Turim, em Fevereiro de 1896, e sob a direção de Arturo Toscanini : “La Bohéme”. Ouviremos duas árias empolgantes da personagem “Mimi”: “Si, mi chiamano Mimi”, em que se apresenta, diz o que faz na vida e que o seu verdadeiro nome é Lucia; “Donde lieta usci”, ária do 3º acto, em que envolta num dramatismo intenso e doentio, tenta separar-se amigavelmente de Rodolfo.

“Funérailles” – Uma obra mística, lírica, profunda e íntima, que Liszt (1811-1886) escreveu no mês da morte de Chopin – Outubro de 1849 – mas com intenção de prestar uma dolorosa homenagem aos Heróis da Revolução Húngara de 1848. Integra a magnífica recolha intitulada “Harmonias Poéticas e Religiosas” e mereceu a interpretação de inúmeros dos mais relevantes pianistas deste e do século passado.

Na segunda parte surge-nos a “Oração de Rienzi”, de Richard Vagner: “Allmächt’ger Vater, Blick Herab” (Pai Todo-Poderoso, olha por nós). Rienzi, nesta ária, pede a Deus que olhe por ele e não permita que as forças conquistadas se dissipem.

Depois do estrondoso êxito de “Aida”, foi difícil convencer G. Verdi (1813-1901) a escrever mais uma ópera. Quase dez anos depois, a sua penúltima obra foi a tragédia “Otello”, estreada no Teatro Alla Scala de Milão em Fevereiro de 1887. Ária final do último acto “Niun mi tema” (Ninguém deve temer-me”): Otello, arrependido ao acabar de matar injustamente Desdémona, enterra um punhal no seu próprio corpo, beija o cadáver da sua amada uma última vez, e morre.

As vozes de tenor são irresistivelmente atraídas para o canto napolitano. “À Vucchella”, canção de sedução de Paolo Tosti e texto do grande Gabriele D’Anunzio, e “Core’n grato” (Coração ingrato), em que o amor, aqui não correspondido, se espraia nas palavras de Alessandro Cordiferro e na música de Salvatore Cardillo, foram as escolhidas para este concerto.

E o programa pontua com uma graciosa e leve canção brasileira: “Azulão”, do autodidata Jayme Ovalle (1894-1955) e do poeta Manuel Bandeira.

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