EVOCAÇÃO DO CICLONE DE FEVEREIRO DE 1941 EM COIMBRA

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Sansão Coelho em 21 fevereiro 2015
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O CONCELHO REGISTOU VENTOS DE 133 Km/hora

Resolvemos trazer para a ribalta e a quem nos segue no “COIMBRA CANAL” um violento episódio meteorológico que varreu Portugal em FEVEREIRO DE 1941, em concreto no dia 15. Houve vítimas mortais, muitos feridos, enormes prejuízos.
Os espetadores, ouvintes e leitores do “COIMBRA CANAL” podem consultar detalhes num trabalho de alta qualidade científica apresentado nos CADERNOS DE GEOGRAFIA nos 30/31 de 2011/2012 da FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA de autoria de ADÉLIA NUNES, JOÃO PINHO e NUNO GANHO.
Está publicado entre as páginas 53 a 60 daqueles prestigiados CADERNOS, mas no final deste nosso articulado colocamos um LINK para terem o acesso facilitado a esta produção científica disponível na net. Vamos gostar de ter um feedback de quem nos acompanha em relação ao trabalho científico, ao acontecimento, e à oportunidade, ou não, da evocação breve que o “COIMBRA CANAL” faz numa postura de ter em atenção que acontecimentos destes podem repetir-se, mas o conhecimento e estudo detalhado de fenómenos meteorológicos anteriores servem de contributo para ajudar a produzir, em particular para a população e para os serviços de Proteção Civil, melhores e mais eficazes respostas futuras.
O CICLONE PROVOCOU A INAUGURAÇÃO “FORÇADA” DO EMISSOR REGIONAL DE COIMBRA DA ANTIGA EMISSORA NACIONAL
O CICLONE DE FEVEREIRO DE 1941 em Coimbra é, de forma pressionante, emergente e urgente, o INÍCIO FORMAL DA RÁDIO PÚBLICA na região de Coimbra. Contra ventos e
marés conseguimos que o serviço público, em boa hora, anotasse a efeméride e até tivesse comemorado as BODAS DE OURO com um jantar convívio realizado no antigo Restaurante das Piscinas de Coimbra dirigido, então, por Fernando Barata para o que foi decisiva a atuação dos administradores da época, SOARES LOURO e FAUSTO DE SOUSA CORREIA, este, um saudoso jornalista e político conimbricense que nos deixou prematuramente.
Numa nota breve pretendo, igualmente, prestar homenagem, nesta evocação, ao Professor Doutor MÁRIO SILVA porque trouxe de Paris (onde trabalhou com Madame Curie na
investigação da RADIOATIVIDADE) um conjunto de materiais mínimos que lhe permitiram avançar com a construção, quase elementar, de um pequeno emissor de radiodifusão
de modesta área de cobertura e que veio a ser, provavelmente, o primeiro emissor de RADIODIFUSÃO em Coimbra e que teve a designação de EMISSORA UNIVERSITÁRIA DE
COIMBRA. Ainda mais curioso foi o facto de Salazar e a Censura terem proibido as emissões do Emissor Universitário. Contudo, no dia do CICLONE, este foi requisitado pelo Estado para ser colocado ao Serviço da Emissora Nacional, em Coimbra, em virtude de estar a ser criada uma delegação da Rádio Pública na cidade; e como ficou danificado o emissor que teria vindo de Lisboa (e ficaram cortadas as ligações pelos CTT entre o Norte e o Sul) foi o diminuto Emissor Universitário colocado na Delegação de Coimbra quebrando o silêncio noticioso entre o norte e sul. Segundo nos disse o engenheiro FREIRE que na altura procurou soluções para o
problema o novo emissor recebido ( o do Professor Doutor Mário Silva) teve a particularidade de funcionar com a antena virada para baixo junto ao muro da delegação que era, na época, na Rua de Saragoça. Nesse dia, à custa de um CICLONE e de uma EMERGÊNCIA, entrou, informalmente, em funcionamento o Emissor Regional de Coimbra da Emissora Nacional de Radiodifusão que mais tarde veio a ser a sede do Grupo de Emissores do Centro da Emissora Nacional (o primeiro exercício de regionalização radiofónica no nosso país).
A Delegação de Coimbra, da agora uniformizada RÁDIO E TELEVISÃO DE PORTUGAL, tem a … idade do “ciclone” de Fevereiro de 1941.

(link:http://www.uc.pt/fluc/depgeo/Cadernos_Geografia/Numeros_publicados/CadGeo30_31/Eixo1_2)

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com