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Ópera de Pergolesi, 16 de julho no CAE da Figueira da Foz

A Ritornelo – Associação Cultural apresenta:
Livietta e Tracollo.
A ópera de Pergolesi com Tânia Ralha, Nuno Mendes e a Camerata Joanina dirigida por António Ramos.
Produção de Jorge Silva com encenação de Ricardo Kalash.
Dia 16 de Julho às 10 da noite no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.
Em agosto de 2013 foi criada a Associação Cultural Ritornello com o propósito de proporcionar eventos, concertos e outras atividades de cariz cultural.

Fundada por músicos, pedagogos e intervenientes no mundo cultural, a associação é uma entidade de interesse cultural reconhecido pela Secretaria de Estado da Cultura, que assume a responsabilidade de promover actividades culturais para o público em geral, na qualidade de agente de intervenção cultural, assumindo uma atitude pedagógica. Nesse sentido concebe eventos pedagógicos e culturais, desdobrando-se em várias composições, essencialmente musicais, que promove e representa.

Com um elenco de músicos de reconhecida experiência tanto  na docência como no panorama artístico, a Associação Cultural Ritornello elabora vários programas adequados a diversos contextos, numa vertente educativa na abordagem de várias obras dos diferentes períodos da história da música.

APOIO: COIMBRA CANAL

“VARIAÇÕES EM LÁ” PARA O SAUDOSO GUILHERME LUÍS

Permitam-me sugerir um fado em fundo sonoro enquanto escrevo enquanto cada um nos lê neste COIMBRA CANAL. Pode ser o “Rua Larga” com a voz sublime e máscula do Luís Góis. Fechem os olhos. Imaginem a velha Alta por fotografia, os que só a conheceram de fotografia. Ou, ainda de olhos fechados, passeiem a memória pelas ruas e becos da nossa Alta de hoje, os que só assim a conhecem. Como hoje. Fica agora bem uma variação com o som da guitarra de António Ralha.

…Talvez a tocar uma peça do Flávio. Do Flávio, barbeiro.

Cuidado: não estraguem a brincadeira dos miúdos. Estão a jogar com uma bola de papel. Um deles é o Guilherme. Mora na Couraça dos Apóstolos. Tem jeito prá bola o rapaz… Ele quer é ser enfermeiro, deixa-o seguir a vida dele. Mas há mais alguém, e já crescido, por ali?! É o Alberto Gomes!!! O craque da Académica a jogar com a miudagem?! Tal e qual.

Podia jogar, AQUI, no Sport Conimbricense, temos uma boa equipa.

Qualquer dia fazem-nos um pavilhão na Baixa e ainda a sede vai para a Rua Simões de Castro. Ficamos só com hóquei e basquetebol e pouco mais… Tempos difíceis os que se avizinham. Qual quê! Pieguices. Por esse andar estás a criar o Sport Saudade e Salatinas… Se acabaram com a velha Alta também podem acabar connosco. Com o espírito salatina? Nunca. Ouve bem o que eu te digo: NUNCA. Arranja-me ao menos uma equipa de futebol de cinco, ou futsal (é assim que se diz agora?) para constituirmos esse tal Sport Saudade e Salatinas. Cinco salatinas dos bons. Ao menos só cinco, não peço mais. Só cinco? Ou cinquenta? Só cinco! Põe o Fernando Alves na baliza. E mais? Mete aí um selecionador, dos maiores, o Adriano Peixoto. Põe o Eurico Pedro Dias, até foi da Associação de Futebol. Mete o António Henriques Curado que jogou na Académica, no União e no Guimarães. E que começou nos Conimbricenses, não te esqueças. Isso! E completa com o saudoso Guilherme Luís o primeiro grande massagista enfermeiro de Coimbra a distinguir-se na área desportiva.

Era giro recriar o Largo da Feira e fazermos aí um jogo. Com quem? Com o Sport Futuro e Salatinas. Estamos a juntar o Passado com o Presente e com o Futuro. Foi de propósito.

Ser Salatina é ser eterno no amor à Alta e a Coimbra: É ser passado, presente e futuro. É TER UMA GRANDE HISTÓRIA. SER SALATINA É UMA HONRA PERMANENTE. Estamos agora com uma outra guitarrada. Ora oiçam: É em Lá maior. O som parece que vem da barbearia do Flávio aquele com quem tantos estudantes e futricas aprenderam a tocar…

Não conhecia…. Só conheço a Lá… A Lá é a Dona Laura?! Sim, sim. Foi a esposa do senhor Guilherme Luís. O senhor Guilherme tratava a esposa por Lá. Conheceram-se com seis ou sete anos. Eram os dois da Alta. Portanto eram os dois Salatinas…

“O primeiro beijo foi no dia em que lhe pedi namoro, eu tinha vinte e seis anos…” – confidenciou-nos, uma vez, este eterno massagista da Briosa.

Saudoso SENHOR GUILHERME LUÍS, durante toda a sua vida de casado teve saudades desse primeiro beijo à sua Lá e, agora, somos nós quem tem saudades do senhor.

E se o seu coração ainda não sabe: a Malta conseguiu ficar na Primeira Liga. Foi um milagre do São José Viterbo…do Calhabé.

Para a próxima temporada que está à porta o nosso Special One do Calhabé vai levar-nos à Europa, lá, lá, lá. São os santos populares e as nossas FOGUEIRAS DE SÃO JOÃO a continuarem até ao São Pedro e S. Paulo.

Vai de roda…E diz o mandador calmeirão: Ponham a BRIOSA como campeão. A BRIOSA é o emblema do nosso coração. E viva o São João. E já agora, por favor, ponham aí também o São José do Calhabé: o São José Viterbo que ainda vai ser europeu.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.pt

JTF – Construção e obras públicas

A JTF é uma empresa de construção civil e obras públicas, que se encontra na génese do Grupo JTF, constituída a 18 de Novembro de 1975 e credenciada pelo Alvará 20466 atribuído pelo INCI.

Após 35 anos de um permanente e sustentado crescimento o grupo JTF, passou, como quase todas as PME deste sector, por um período de forte crise, em que foi necessário reestruturar e restabelecer estratégias e objectivos. Com o trabalho e a dedicação da equipa JTF, os seus gerentes António Tavares e Rui Tavares que apesar das adversidades e dificuldades nunca desistiram de um legado familiar muito precioso e de garantir emprego aos cerca de 40 Colaboradores que se mantiveram fieis e confiaram na retoma do rumo ao sucesso da JTF, para benefício próprio e da economia que se insere.

Hoje esse esforço foi recompensado e a JTF volta gradualmente a alcançar a estabilidade e prosperidade sempre com humildade, seriedade e continuando com a garantia de oferecer aos seus clientes serviços de qualidade baseando as suas estratégias sectoriais numa política de honestidade, ética e profissionalismo que é o pilar mestre da JTF.

 

http://www.josetavaresfilhos.com/pt/home/

ALVES BARBOSA, O HOMEM DO DIA

ALVES BARBOSA, O HOMEM DO DIA
CICLISTA, TREINADOR E COMENTADOR

O tempo passa. O tempo corre. Alves Barbosa vai correndo para ficar na história do ciclismo português como uma das personalidades desportivas mais completas nesta atrativa modalidade a qual, agora, no verão, faz o pleno em grandes provas nacionais e internacionais. Alves Barbosa foi ciclista, treinador, formador, comentador da modalidade na rádio, na televisão e nos jornais. Foi Diretor Técnico Nacional de Ciclismo. Atravessou de forma gloriosa o último meio-século anterior. Dos anos cinquenta até à curva do atual século em que democratizou ainda a prática do BTT, ALVES BARBOSA foi o grande Camisola Amarela de Portugal. Devemos quase tudo no ciclismo português ao popular Tó Barbosa, de nome completo António da Silva Barbosa. Natural da Fontela (Figueira da Foz, 24 de dezembro de 1931) ALVES BARBOSA seguiu as pisadas de seu pai que foi, também, ciclista e treinador do filho. Há ainda quem se recorde de uma Loja de Aluguer de Bicicletas, cuja clientela mais significativa era de crianças, e localizada na Marginal da Figueira perto do Grande Hotel por debaixo da Piscina Oceânica. Esta loja era cedida ao pai de Alves Barbosa, no verão, mas o campeão e popular TÓ BARBOSA era muitas vezes visto ali, na loja, e ensinou muitas crianças a andarem de bicicleta o que era igualmente objetivo desta loja (ensino do ciclismo, aluguer e arranjo oficinal das bicicletas). Este talentoso campeão residiu até aos 35 anos (idade em que deixou o ciclismo profissional) em Montemor-o-Velho que considera a sua terra. Depois foi para Lisboa onde treinou o Benfica. Esteve também na cidade de Águeda como diretor comercial da Flândria. Voltou para a capital onde exerceu diversos cargos na Federação; orienta cursos de ciclismo e dirige várias provas no país e fora e recorde-se que ganhou várias provas no estrangeiro como corredor. Esteve em vários países como formador na modalidade a convite da União Ciclista Internacional. Há cerca de 20 anos regressou à sua terra de Montemor-o-Velho no Baixo Mondego. Ali treinou jovens e criou o prémio Alves Barbosa para a juventude. Em Portugal, nos anos cinquenta, ganhou três Voltas a Portugal e não venceu todas porque num ano (1952) ficou inibido de participar por estar a cumprir o serviço militar obrigatório; em 53 e 54 não houve Volta a Portugal quando a supremacia de Alves Barbosa era ainda mais evidente. Em 1955 é agredido por espectadores, perto da cidade do Porto, quando já era camisola amarela e ia ganhar a etapa e a Volta com um avanço significativo. Foi, provavelmente, o melhor desportista português de sempre. O cinema aproveitou-se da sua popularidade e houve um filme português rodado em 1958 com o título O HOMEM DO DIA em que Alves Barbosa foi protagonista e MOTIVO TEMÁTICO para captar um público que começava a fugir das salas de cinema para a recém-chegada televisão. Contracenou, então, com a terna, doce e bonita Maria Dulce professora numa Escola Primária da localidade onde morava o Patela o qual gostava, tal como Alves Barbosa, da professora Clara. Duas equipas de ciclismo rivais, dois pretendentes à professora Clara e esta a dar preferência nesta ficção fílmica ao Tó Barbosa que venceu por honradez e simpatia a maldade do Patela, conquistando, assim, o coração de Clarinha. A história reflete e comprova a popularidade de ALVES BARBOSA.
Recentemente foi comemorado o 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades portuguesas, o dia dos nossos heróis. Teria sido um excelente dia para Montemor-o-Velho, Figueira da Foz ou Coimbra terem inaugurado uma ciclovia com o nome de Alves Barbosa ou uma estátua homenageando em vida quem já ganhou um lugar de relevo no ciclismo português e internacional. Já sugerimos que a Universidade de Coimbra, em concreto a Faculdade de Ciências do Desporto, atribuísse o título de Doutor Honoris Causa a Alves Barbosa até porque este campeão produziu bibliografia relevante sobre a modalidade. Ainda acredito que o atual município de Montemor-o-Velho venha a colocar no recinto da Feira ou na Rotunda de acesso à Pista de Remo uma estátua de Alves Barbosa.
O COIMBRA CANAL irá pedalar sempre (e também) pelos grandes vultos do desporto da nossa Região de Coimbra e da nossa Região Centro. ALVES BARBOSA será sempre o nosso “HOMEM DO DIA” com ou sem estátua…com ou sem homenagens…com ou sem Museu Alves Barbosa. Ainda temos de pedalar um pouco mais até merecermos esta glória do ciclismo português. Na Figueira e em Montemor-o-Velho, numa ideia lançada por Stélio Amaral da Silva Coelho, está a ser constituída uma COMISSÃO para levar até à META o nome de ALVES BARBOSA. Daremos em breve mais pormenores e o email para quem quiser integrar este Grupo ou Comissão que pretende agradecer a ALVES BARBOSA o muito que fez por Portugal e pelo resto do mundo ao nível do ciclismo. O SENHOR CICLISMO, HOMEM DO DIA, ALVES BARBOSA, merece grande gratidão.

Sansão Coelho

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DE VALDEMAR JORGE – PONTOS DE PARAGEM

MUSEU DE ALVAIÁZERE | JUNHO DE 2015

Nos dias que correm, em que o tempo é acelerado e vertiginoso, parar para pensar ou para desfrutar de algo no tempo lento da reflexão e no modo do exercício imaginativo das variações de perspetivas e das infinitas versões em que a realidade se sugere, torna-se uma tarefa cada vez mais rara.

No frémito dos dias de hoje, parece que estamos sempre, apenas e só, de passagem, tocando momentaneamente a superfície das coisas, sempre sem tempo para nos determos perante o que de nós requer uma disponibilidade mais afoita e dedicada.

Não estar apenas de passagem mas, pelo contrário, procurar pontos de paragem, é o mote, e o espírito, que anima a presente exposição fotográfica de Valdemar Jorge.

As suas fotografias convidam-nos a parar e a surpreendermo-nos com ângulos que nos levam sempre para além do que ficou fixado no momento do disparo. Elas convidam a um segundo olhar e, dessa forma, a interromper com o mundo do dejà vue, a mergulhar no bailado das significações possíveis, na contingência dos significados eventuais e no espanto deleitoso das perspetivas inauditas.

Valdemar Jorge utiliza a sua máquina fotográfica como um instrumento de desenho, utilizando os recursos de enquadramento, de zoom, de cor e tantos outros, para criar um viés visual que desvela o habitualmente inobservado.

Ao mesmo tempo que fotógrafa, Valdemar faz um exercício de sensibilidade que muitas vezes obriga a repetir o gesto do clique e que nem sempre alcança a visibilidade pretendida. Por isso, ele encara este trabalho prazeroso como um desafio que muitas vezes exige esperar pelo momento certo e pelas condições que podem envolver de magia um olhar diferente.

De há muito que sou amigo do Valdemar e sempre o conheci como um amante da fotografia. Ele tem o gosto de quem procura a gratificação da experiência estética e não o cumprimento de uma função profissional. Por isso a fotografia é, para ele, um abrigo, um espaço de gratuidade e uma forma de partilha.

Juntos, já passamos horas a olhar para as suas fotografias, a descobrir minudências inesperadas que, de repente, saltam das imagens, a sorrir perante a forma inaudita como, por exemplo, nos dá a ver Coimbra – um motivo recorrente no seu espólio fotográfico – mas, também, outros locais, e a tecer variações imaginativas que ampliam os nossos horizontes percetivos. Esses exercícios aliam a fruição estética a um sentimento de liberdade e de libertação que nos permite parar em vez de apenas passar e olhar sem ver.

Espero que os visitantes desta exposição possam beneficiar também desta partilha generosa que o Valdemar Jorge nos propõe e que, na paragem perante o parado das imagens, a passagem não represente falta de tempo, mas signifique, antes, o início de uma pequena viagem aos efeitos de surpresa das perspetivas que, fazendo-nos fruir, nos mergulham nas visibilidades plurais e infinitas do mundo.

Rui Alexandre Grácio